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5 Filmes para o Oscar da minha vida

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"quais filmes você indicaria para o Oscar? Vale filmes novos ou velhos, importante é que eles tenham marcado sua vida."Rotaroots - Meme de fevereiro.

    
    Não gostaria de aparecer aqui somente por motivos de blogagem coletiva, temas propostos (não por mim), mas mesmo assim as respostas acabam sendo pessoais, então estou cumprindo meu propósito com este blog.
    Não assisti o Oscar, assisti a timeline do twitter assistindo o Oscar. O que aconteceu está por aí pela internet, não vou comentar mais, talvez indique textos legais sobre o evento depois - ou não.
    Os cinco filmes para o Oscar da minha vida talvez tenham sido indicados e até ganharam prêmios, não me restringi a películas "injustiçadas" ou esquecidas pela premiação, apenas segui coração e memória; mesmo assim senti dificuldade de listar apenas cinco, mas esses cinco são os que tenho mais o que falar ou que mais aprendi, etc.
    Lembrando que, se considero até uma mera sinopse como sendo spoiler, imagine só minhas impressões pessoais sobre a obra? Assim sendo, esse post é totalmente spoilerístico.

2001 - A space odissey - 1968

    Dizem (mas eu não acredito) que deveria ter Pink Floyd na trilha sonora, mas o Waters não quis. De qualquer maneira, fizeram um vídeo mesclando cenas (as mais maravilhosas) do filme com a épica Echoes, então boato ou verdade, temos as duas versões. Considero a do filme, claro, mas dá pra viajar nessa alternativa.
    Minhas partes favoritas são aquelas que talvez os que não curtiram o filme apontem como falhas. São aquelas longas passagens coloridas e psicodélicas e que parecem coisas vindas - não me diga - dos anos 2000. O Hal? Nossa aquela voz dele é a coisa mais engraçada do universo. Não engraçada de zoação ou riso, mas engraçada num sentido irônico - que talvez seja proposital, não sei fazer crítica sobre essas coisas -, onde é uma máquina não lá muito obediente e bondosa, mas tem uma voz que é a coisa mais doce, calma e "amaciante" que já vi. Não condiz com seus atos, e é por isso que minha relação com esse "ser"é de amor-ódio (mas mais pra ódio, porque na verdade sou um tant(ã)o impaciente).
    Não sei o que dizer sobre esse filme além dessas coisas, talvez poderia dizer algo sobre a evolução do homem (né?!), mas precisava de um pouco mais de reflexão e assistir mais vezes. Mas garanto que se você prestar atenção e não ficar "ainn, mas são muitas horas!", vai questionar e se questionar bastante, para o resto da vida.
    Até poderia colocar (muitos) outros do Kubrick aqui, que nem é um diretor que eu tenha visto tudo o que fez, mas é aquele que eu com certeza vou lembrar, gostar, indicar, e me fez aprender coisas sobre situações diversas, e diversidade é uma coisa que tem tudo a ver com ele.


La mala educación - 2004

    Vi no semestre sabático forçado (não foi o que planejei) entre o ensino médio e a universidade, lá em 2011. Poderia ter visto mais vezes se não fosse tão preguiçosa, mas aí é que tá: é inesquecível. Uma cena tão singela como a de Moon River - que faz parte de uma parte bem tensa da história, diga-se de passagem -, por exemplo, lembro como se fosse ontem. Zahara esplêndida, porque Gael é um ator esplêndido. Todo o drama, as cores, as histórias carregadas e fortes. Quizas, quizas, quizas em sua melhor versão, fez parte de vários momentos de descoberta do meu fim de adolescência, o filme como um todo, aliás.
    Talvez esse filme tenha sido aquele em que descobri que há coisas (muito) melhores que mercadoria de Hollywood.


O Sétimo Selo - 1959

     Um belo dia no twitter eu vi a morte. Sim, ela, vestida de negro numa praia e em preto e branco. Nunca vou esquecer a primeira vez em que nos cruzamos. Era a morte de Bergman. Assisti num momento oportuno, enquanto estudava na faculdade a ideia medieval de vida e morte, o medo, sobretudo do juízo final, teocentrismo, tempo peste negra, entre outras questões; eu o filme questiona justamente isso (espero não ter misturado as coisas). 
    E caramba, foi um filme que me fez pensar, e o primeiro em que me lembro de ter se encaixado corretamente com minhas ideias e questões sobre ele. Adivinhei (um pouco do) seu propósito antes do fim, e comemoro isso, pois sou dessas que nunca se gabou dizendo que sabia antes do fim do livro da Agatha Christie quem é o assassino, por exemplo. Não, eu nunca sei. E sempre me surpreendo. Não tenho facilidade para descobrir esse tipo de coisa tão comum em comentários de blogs e filmow.
    Ingmar Bergman é tão favorito quanto Kubrick, e eles são primeiros da lista. Busquem, e sejam felizes.


El Secreto de sus ojos - 2010

     Minha definição para "um soco no estômago". Lindo, chocante, surpreendente, nossa, só elogios. Quando passa na tevê quero sempre assistir, mesmo tendo-o no computador. Nem posso dizer muita coisa, porque ainda não o digeri, e nem sei se vou.
    Lindas cenas, lindos olhos e olhares.
    Os filmes de língua latina - e principalmente aqui da América - são meus favoritos. Mando aqui um beijo para o eurocentrismo e o american way of life.


Buffalo '66 - 1998

     Esse filme faz parte de um processo relacionado ao meu gosto musical, e renderia muitos posts. Assim como o do Almodóvar, vi nesse semestre sabático forçado. Por motivos de: Vincent Gallo, o intérprete do meu eu mais profundo nessa vida. Tem gente que odeia, mas adoro seu jeitinho "sou o diretor, sou o sonoplasta, o músico - excelente, por sinal -, o produtor, escolho os atores e ah, sou o personagem principal também". Eu faria isso se fosse foda (como ele). Ou mesmo sendo medíocre, porque como posso exprimir exatamente aquilo que quero, reproduzir aquilo que só minha consciência enxerga, se não for por meio de mim mesma? Nem os melhores atores, etc., do universo traduziriam o que enxergo de imaterial melhor do que eu, que já me conheço.
    Passada toda a defesa em relação ao Gallo, além dessa preferência pessoal ele me fez conhecer outras coisas. As bandas King Crimson e Yes. Não as amo tanto quanto Genesis na era do Peter Gabriel, e as relaciono porque as conheci na mesma época, mas Moonchild é a coisa mais linda, quer queiram, quer não. Ainda mais com sapateado no meio de uma pista de boliche. E Heart of the Sunrise é uma música coisa-de-louco numa cena coisa-de-louco.
    A cena inicial casou comigo, porque me apaixonei por aqueles pequenos quadros sobrepondo uns aos outros. Achei digno, e se/quando aprender a mexer com vídeos, faria/farei assim. Eu nunca me importo muito com essas coisas técnicas, então se me importei é porque é nada mais do que aquilo: o importante é o que importa.
    Na primeira vez que vi me senti mal boa parte do filme por causa do jeito do personagem do Vincent, mas até o final já sentia carinho por ele. O filme terminou eu eu nunca mais tirei o sorriso não do rosto, mas do coração.


     Se um dia me sentir apta em me aprofundar sobre cada um desses filmes, e fazer listas com outros - e espero de coração que isso aconteça -, direi muito mais, porque o apreço que sinto por eles é imenso e cabe muita conversa ainda.
Créditos das imagens: tirei prints das próprias cenas, com exceção das que pesquisei no google, num geral. Não as editei nem recortei.

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